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domingo, 30 de setembro de 2012

A primeira vez é sempre espetacular!

Desde que chegamos na Bélgica planejávamos ir escalar na rocha, porém, como todos sabem, grande parte da Bélgica é plana e claro, moramos na parte plana...
Outro fator que colaborou para conseguirmos ir somente agora (setembro) foi o fato de não termos todo o equipamento, algumas coisas compramos e outras minha amada sogra mandou por correio.
Mas valeu a pena esperar, o lugar é um paraíso! Mas deu trabalho chegar lá...

Foi uma semana de correria e ansiedade preparando tudo para podermos ir. Tivemos que nos afiliar a um clube de escalada, sem a afiliação você não pode escalar aqui. Mas não é uma simples afiliação, com os 70 euros pagos, estão incluídos o seguro e a manutenção do local e vias de todos os locais de escalada da Bélgica. O seguro é válido por um ano.

Depois de tudo resolvido foi só arrumar as mochilas e tentar dormir. Sim, tentar porque a ansiedade era tanta que foi difícil conseguir pregar os olhos.

Acordamos as seis da manhã e partimos para a estação. Duas trocas de trem. A primeira troca foi em Bruxelas e até então nenhuma novidade. O próximo trecho seria o mais longo e o que nos levaria quase ao destino.
Andar de trem pra mim é algo fascinante. Piro mesmo! Além de ser um meio de transporte inteligente eu amo ir apreciando a paisagem. Mas dessa vez a paisagem encheu meus olhos e meu coração de uma maneira que é difícil explicar. Morei em Minas Gerais quase toda minha vida e vivi cercada por montanhas, a serra da Mantiqueira sempre foi encantadora para mim e aqui estava eu há nove meses sem ver uma montanhazinha. Ou seja, a cada curva que o trem fazia e eu via mais e mais montanhas meus olhos brilhavam e  meu coração pulsava mais forte... ahhhh sem palavras... impossível não lembrar de minha amada Minas Gerais... bom demais da conta gente!


Chegando em Anseremme
Depois das duas trocas de trem chegamos a Anseremme. Mas ainda tínhamos 3 quilômetros de caminhada com duas mochilas super pesadas e uma barraca mais pesada ainda. Mas o que são 3 quilômetros para dois doidos que adoram embarcar num programa de índio? O que a gente não sabia é que eram 3 km de subida!!!

Eu, como boa brasileira, tentei pegar uma carona. O problema é que o povo achava que eu estava dando bom dia, digo isso porque todo mundo acenava e ia embora... O jeito foi começar a caminhada e torcer para alguém ficar com dó.

Ninguém ficou com dó... mas Deus foi misericordioso pra variar. Mandou um velhinho logo no começo da caminhada para nos dar carona. E olha, a cada curva que ele fazia em seu carro eu pensava: Meu Deus, a gente é doido! A gente ia morrer pra subir tudo isso. Bom que Deus não tira férias nem folga, rsrs.

Chegamos e já tinham vários carros e pessoas se preparando para ir escalar. Demos de cara com o abrigo do local e seu "jardineiro" que nos deu importante informações. Inclusive que poderíamos dormir no abrigo se tivéssemos feito reserva... mas eu nem queria mesmo! Queria dormir na barraca!!!
Abrigo no Freyr
Após informações coletadas fomos para a rocha. Ah minha gente, e que rocha! Lugar lindo demais com vias pra dar e vender. A rocha é do tipo calcário que não destrói tanto a mão mas se muita gente escalou por ali ela fica um sabão...



Depois de muito escalar. Voltamos para o local do abrigo para esperar dar o horário para montar a barraca. Isso mesmo, horário para montar a barraca! Para preservar nossa amiga natureza as barracas são permitidas das 18pm às 10am.

Como ainda tínhamos um tempinho resolvemos sair para caminhar. Mas antes da caminhada fomos conferir a famosa vista que disseram que havia por lá. Prefiro não comentar. Vejam:
A esquerda do outro lado do rio é o Castelo de Freyr
Olhamos essa vista aí e resolvemos descer pra conferir. Decisão acertada! Trilhas muito bem cuidadas (bem íngremes, mas dá pra descer e subir numa boa. Tanto que encontramos muitos velhos pelo caminho). Confiram um cadinho aí:
Agora lá de baixo!
Castelo visto lá de baixo.



Castelo de Freyr.
Sol de rachar!
Jardim do Freyr


Depois do passeio fomos montar a barraca, preparar nosso delicioso miojo e dormir as oito da noite de tão podres que estávamos, rsrs. Dormimos em dois segundos e eu acordei as 4 da manhã com meu pé congelado. Detalhe que estava com meia, calça e dentro de um saco de dormir que jurava que aguentava -18˚C...
Miojo de cada dia.

Na super barraca.
Tava bem frio!

No domingo escalamos mais um pouco e logo tivemos que ir embora para pegar o trem. Na volta não conseguimos carona, mas como era descida, até que foi tranquilo. A paisagem ajudou muiiiiito! Porém, quando chegamos na super estação de Anseremme o cansaço foi batendo e começamos a sonhar com nossa cama e o super banho que iríamos tomar. Vale ressaltar que não tomamos banho no sábado porque lá não tem chuveiro. Nos resolvemos com lenços umedecidos mesmo.
Vista da descida
Ainda descendo 

Acho que a coitada participou ativamente da guerra...
Descida.

Super estação de Anseremme.









Chegamos em casa quase sete da noite. Podres de cansaço. Mas valeu cada segundo. Foi simplesmente maravilhoso. E ainda preparei um ensopado de peixe para repor as energias!!! Rsrs.

Anseremme é um lugar lindo. Freyr é lindo e vale a pena visitar. Para ver mais fotos clique aqui.

Espero que tenham gostado! Desculpem a ausência de posts é que ando completamente sem tempo devido ao curso intensivo de holandês. 

Até o próximo pessoal!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Obras Públicas

Tá aí um tema que deixa qualquer brasileiro revoltado, inclusive essa que vos escreve. Afinal, obra pública no Brasil é para: desviarem dindin*,  fazer propaganda em campanha política, fingir que fazem algo e por aí vai. E outra coisa, não espere por qualidade  porque não vai ter...

Agora vamos falar do pude observar em obra pública aqui na Bélgica. Com certeza, é algo que me intriga de uma forma que só vendo para compreender.

Um belo dia, indo pra aula, passei numa calçada lá pelas 8:30 da manhã e os trabalhadoras já tinham rancado a calçada toda. Digo rancar porque são uns bloquetes quadrados. Olhamos aquela buraqueira (estava com meu marido), não dissemos nada um ao outro mas pensamos, "esse trem vai demorar pra ficar pronto".

Após o expediente meu marido passou pelo mesmo local e pasmem: estava pronto! Talvez tenha demorado, não sabemos qual era a meta deles, vai saber se tinha que ficar pronto em 6 horas... fato é que ficamos completamente chocados com aquilo.
Essa calçada estava inteira ontem, hoje desse jeito aí e amanhã
já não existirá vestígio de que algo aconteceu.
A partir daí, óbvio, começamos a observar tudo quanto é obra. Mas outro fato que intriga mais ainda é que eles trocam tudo e fica como se não tivesse acontecido nada ali, não ficam marcas, sujeira, cavaletes e placas abandonadas, nada! Eles inclusive varrem o local quando terminam. É uma afronta aos padrões de obra que eu tenho!!!

Pelo que pude perceber não é só obra pública que é organizado. Sempre que tem uma casa/prédio em reforma eles colocam placas em frente a casa indicando o período em que está permitido parar caminhão ali e também o horário, realmente impressionante. E nada de monte de areia e pedra em frente a casa não, tem que ficar tudo muito bem guardado dentro do local da obra.
Neste caso em específico o trabalho era só de um dia.
Em outro caso seria:
Van: 12/09
Tot: 30/09
8h00 - 17h00
Claro que nem todas as obras públicas ficam prontas em um dia como o episódio da calçada que contei acima. Tem uma obra aqui perto de casa em que estão colocando manilhas na rua (não tenho a mínima ideia para que seja: esgoto, água, luz, terra, coração...rsrs, realmente não sei) mas já tem umas duas semanas que a rua está interditada. Mas, mesmo quando está interditada eles deixam um espaço na calçada para que os pedestres possam passar em segurança. Entretanto  quando precisam fazer obra também na calçada o povo passa pelo meio da obra, sério gente, é super engraçado você passar no meio da obra com uma escavadeira trabalhando. Até então achava perigoso, mas se todo mundo passa eu também passo uai!

Eu disse que passava pelo meio da obra.
Algo legal também é a manutenção das faixas de pedestres e ciclofaixas. Certo dia indo almoçar passei por um grupo de trabalhadores que estavam renovando uma faixa de pedestres. Eles colocam uma fôrma (igual aquela de fazer torta que sai o fundo, mas sem o fundo) e colocaram um líquido branco espesso, como uma massa de bolo mesmo... achei super estranho mas continuei andando com as pulgas atrás da orelha. Outro dia passando novamente pelo local pude perceber que a faixa é "gordinha" como se fosse uma borracha, creio eu que seja pra durar mais...
Dá pra perceber que é gordinha?
O mais bizarro é que, muitas vezes, a faixa está mais que visível e eles já renovam. Alguém me explica por favor?!

Ah, estava quase esquecendo. Ainda falando de obras privadas (pública também), você tem que ter todo o cuidado de não estragar a calçada ou bloquear a passagem de pedestres e ciclistas. Você terá que deixar a passagem livre e desimpedida. O trem é tão sério, mas tão sério, que tinha uma obra aqui perto que os caras forraram o chão, leiam bem, FORRARAM o chão com um tapete vermelho para poderem colocar os andaimes em cima e não danificar a calçada... Infelizmente quando saí hoje para tirar a foto para postar, eles haviam terminado o serviço, retirado o andaime, o tapete e estavam lavando a calçada...
Bloquinhos de madeira protegendo a calçada.

Aquele caminhão ali é uma oficina do pessoal da obra.
Tem tudo ali dentro.































Obra pública gigantesca (hospital, museu, escola, etc.) eu não vi nenhuma e não sei como funciona. Aparentemente não tem enrolação. Digo isso porque se nas obras pequenas tudo funciona perfeitamente creio que nas grandes também.

A maioria das calçadas aqui é muito bem cuidada, claro que você cruza com uma ou outra com buraco, mas é exceção. Pelo que percebemos há uma manutenção constante delas também.

Por hoje é isso pessoal. Quando eu tiver informações sobre grandes obras e seu custo eu posto aqui.


*dindin = dinheiro




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Coisas que só acontecem aqui...

Olá meus queridos leitores. Como já devem saber as minhas aulas recomeçaram (graças a Deus!) e o dia de postagem também mudou, agora toda sexta-feira com post novo. Peraí, mas hoje é quinta-feira??!! Sim, é quinta-feira e tenho que compartilhar com vocês o pequeno episódio que aconteceu com meu marido. Historinha minúscula, porém muito engraçada:




"Uma mulher Correu Atrás de Mim Com Uma Banana na Mão!

Saindo de casa para ir trabalhar. Como de costume, peguei uma fruta. A do dia era uma banana.

Coloquei a banana no bolso da blusa, montei na minha bicicleta e fui, pedalando, morro acima.

Paro no sinal, dou bom dia pra um desconhecido.

-Goedemorgen!
-Goedemorgen!

Continuo pedalando, morro acima. 

Ouço um barulho. Demoro uns dois ou três segundos para desconfiar daquele barulho. Paro a bicicleta.

Chequei meu bolso e estava vazio. Foi quando olhei para trás e lá vinha ela, correndo, com a mão esticada, segurando uma banana.

E assim foi que uma mulher correu atrás de mim com uma banana na mão..."

By Antonio Ribeiro

É minha gente, quando você pensa que já viu de tudo vem uma história dessas e nos surpreende, rsrs.

Devolver uma maleta que você achou com 30 mil é fácil, quero ver você correr pra devolver uma banana!

Até amanhã pessoal!